Ferramenta de Simulações Ambientais –
Modelagem Ambiental
A simulação é o ato de transcrever o comportamento de um sistema em função de outro. Dentro da modelagem busca-se essa transcrição por meio da representação matemática de um sistema real. Essa atividade tem sua utilidade elevada quando não é prático submeter o sistema real a experimentações e estudos, ou para estudos de sistemas que ainda não foram construídos (WALSKI, CHASE e SAVIC, 2001).
Existem diferentes naturezas de modelos, que podem ser modelos conceituais, numéricos e matemáticos. Os modelos conceituais são as interpretações teóricas dos fenômenos naturais, as quais auxiliam na compreensão, interpretação e caracterização dos processos. Na concepção dos modelos conceituais existe a consideração dos processos físicos, utilizando-se de funções para demonstrá-los (TUCCI, 1998).
A modelagem matemática é definida como sendo a tradução do modelo conceitual em esquemas matemáticos, valores numéricos dos parâmetros (coeficientes) das equações e dados de entrada e saída. A complexidade dos modelos pode variar de acordo com a quantidade de informações inseridas, porém é necessário avaliar a questão do custo benefício, uma vez que modelos muito complexos podem demorar a serem executados, e seus resultados não apresentarem diferenças significativas de versões simplificadas (VON SPERLING, 2007; ROSMAN, 2011)
A tradução dos modelos matemáticos pode ser realizada por diferentes métodos de cálculos, a maior parte desses pode ser resolvida por meio de um modelo numérico. Os modelos numéricos permitem a solução de uma gama de problemas mais abrangentes quando comparada com as outras modalidades (WALSKI, CHASE e SAVIC, 2001).
Com a utilização da modelagem pode-se subsidiar a tomada de decisões. Os técnicos conseguem realizar as análises de diagnóstico englobando os custos de monitoramento e medição integrando estações distantes, estender o conhecimento para locais sem medição, e entender processos dinâmicos. Por isso a simulação constitui-se em uma ferramenta determinante nos processos de licenciamento ambiental e nas definições de estratégias de resposta, monitoramento, e mitigação (ROSMAN, 2011).
Os softwares realizam a caracterização do ambiente e criam uma representação digital do mesmo, com isso pode-se variar as condições ambientais que o ambiente está exposto e observar as diferentes respostas no sistema, gerando cenários de acordo com o objetivo do estudo (MATEUS, SAMPAIO e MATEUS, 2008).
O uso de diferentes cenários faz com que os gestores possam entender o ambiente de forma sistemática e enxergar as relações sinérgicas ocorridas dentro do mesmo. O planejamento por cenários permite a reflexão de diversos futuros possíveis, e permitem à sociedade se preparar para possíveis situações futuras, evitando maiores prejuízos à mesma. Por isso este método se destaca como instrumento do processo de tomada de decisões (SUTTER et al., 2012).
Para obter-se sucesso no emprego da modelagem, existem questões a serem levadas em consideração. Primeiramente a construção do modelo não deve ser o objetivo do trabalho, mas sim uma ferramenta para que esse seja atingido, outra questão, é a disponibilidade de dados e o conhecimento das potencialidades e limitações do modelo empregado (TUCCI, 1998).